Os primórdios de Kurumada

domingo, 10 de fevereiro de 2008


Caso você tenha curtido tanto quanto eu o DVD da Saga de Hades – e ficou interessado em saber mais sobre a história de amizade entre Shion e Dohko e a guerra santa anterior a essa, aproveita pra caçar na banca o novo mangá Lost Canvas – que foi lançado no Japão em 2006 - e na minha modesta opinião, um dos melhores do ano passado.

Lost Canvas é um prequel [e o prequel virou moda desde que nosso amigo George Lucas resolveu contar a historinha de Anakin Skywalker, a.k.a Darth Vader] e traz como protagonistas Tenma - o primeiro cavaleiro de Pégaso -, Shion de Áries e Dohko de Libra, e conta a história do envolvimento deles e de outros cavaleiros na guerra santa ocorrida na Europa de 1743. Durante a antiga guerra, o espírito de Hades reencarnou em Aaron [ou Alone], o melhor amigo do cavaleiro de Pégaso.

O mangá ganhou esse nome em referência à capacidade artística do hospedeiro de Hades, que enquanto pinta um retrato de seu melhor amigo, sai em busca do “vermelho real”, que Aaron diz ser o “vermelho como o dos olhos de Tenma”. Acompanhando a história, aos poucos se percebe o real significado do tal vermelho real.

Dessa vez, Massami Kurumada [o pai das crianças] resolveu cuidar apenas do argumento do mangá, deixando a arte por conta da mangaka Shiori Teshirogi e é, de longe, um dos maiores destaques, que cria um traço levemente “desencanado” e extremamente estiloso – e ao mesmo tempo, completamente diferente do traço de Kurumada. E na minha modesta opinião, bem mais legal.

Aliás, Tenma e os antigos cavaleiros de ouro – à exceção, claro, de Shion e Dohko – lembram terrivelmente Seiya e os dourados atuais, que dizem ser um pedido de Kurumada, que acredita no conceito da reencarnação, o que é um tanto broxante, pois seria muito mais interessante conhecer cavaleiros diferentes do que uma réplica dos cavaleiros atuais – cópia inclusive de temperamento. Thumbs down nesse sentido.



Familiar? Isso não é mera coincidência


Já ouviu Afrodite gritar “Espinho Carmesim”? Ou Máscara da Morte gritar “Acubens”? Ou então Aldebaran gritar “Titan’s Nova”? Pois é, são golpes que ninguém nunca viu na vida, o que nos leva a crer que os antigos dourados tinham um leque muito maior de habilidades do que os dourados atuais. A conclusão é: eles eram muito mais fodões. Thumbs up, aqui!

Agora, tio Kurumada é um mestre. O roteiro dele é ao mesmo tempo igual e diferente a tudo o que é referente a CdZ. Diferente porque ele criou personagens e mundos muito mais complexos, elevando a história a um nível muito mais competente do que os 114 episódios originais do anime. E isso dá a base para os problemas que mais tarde vão ser resolvidos na pancadaria. É um page-turner natural.

Infelizmente ainda não dá pra saber pra onde vai a história, porque ela ainda está saindo lá no Japão – semanalmente na revista Shonen Champion [um capítulo por semana, atualmente no capítulo 71]. Já no Brasil, a Editora JBC está lançando os tankohon, um apanhado X de capítulos. O lançamento é bimestral e o futuro é promissor.


Saint Seiya - The Lost Canvas

Editora JBC

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