Cage, pipoca e refrigerante

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Depois de sair do cinema fica fácil saber porque A Lenda do Tesouro Perdido: o Livro dos Segredos [National Treasure: The Book of Secrets, Jon Turteltaub, 2007] se destacou como uma das maiores bilheterias de fim de ano lá nos Estados Unidos: ele consegue ser muito mais bacana do que o original – lançado em 2004 – associado com uma paiera federal. Típico dos filmes pipoca de Jerry Bruckheimer.

E isso não significa de modo algum que o filme seja ruim. Nada disso. Livro dos Segredos traz a continuação da história de Ben Gates, vivido por Nicolas Cage, um caçador de tesouros que descobriu um tesouro templário dos maçons no filme original. Nessa parte da história, Cage precisa descobrir o mistério que envolve as 18 páginas desaparecidas do diário de John Wilkes Booth, o assassino do presidente Abraham Lincoln e inocentar um ancestral seu, que foi acusado de ser um dos integrantes do grupo que arquitetou seu assassinato.

E para isso, além de todo o elenco do filme original, Cage conta com reforços de peso para ajudar a contar essa história ao telespectador: Ed Harris e Helen Mirren se juntam ao time. E nenhum deles perde tempo tentando enganar a platéia – eles estão todos reunidos pra fazer você se divertir sem ter que pensar muito, misturando Indiana Jones com Missão Impossível. Fica claro, desde o início, que o filme não é pra ser levado tão a sério. É aí onde a paiera pega.

Uma coisa é você contar uma história sobre segredos da maçonaria – uma sociedade que já é, em sua essência, secreta – [que, a título de curiosidade, são interessantíssimos] e cometer crimes intencionais com base – em sua maioria – na sorte. Isso foi o primeiro filme. Agora, contar essas histórias e cometer crimes intencionais se infiltrando e saindo ilesos de lugares como a Casa Branca, o Palácio de Buckingham ou até mesmo raptar o presidente dos Estados Unidos e fazer tudo isso parecer muito fácil fica complicado. É mole ou quer mais?



Voight, Cage, Mirren e Kruger: só pela diversão

Como diria Zé Simão, é mole sim, mas sobe! A história, apesar de paiuda, é totalmente excelente e ainda por cima, os mitos são mostrados na tela como virtualmente possíveis, o que significa que ela te prende do começo até o fim, mesmo sabendo que tudo é potencialmente absurdo. Filme pipoca é assim: uma das coisas mais importantes é o ritmo e a adrenalina. Todo mundo acompanha até o fim sem tirar o olho da tela e no fim ainda acha super bacana. Prova disso foi o cara que sentou na mesma fileira que eu no cinema. O cinema todo escutava ele dar gritos de “U-hu!”.

Mas nesse caso a fórmula foi um tanto diferente. Turteltaub mescla de forma bastante eficiente os momentos de adrenalina com ‘comic reliefs’. É isso aí, esse filme é dez vezes mais engraçadinho do que o anterior. E quando eu digo engraçadinho, não significa necessariamente que ele consiga ser engraçado a cada gracinha. Felizmente, não chega a ser grave e você acaba rindo até das piadas mais sem graças, simplesmente pelo prazer de rir.

Sem erros maiores, noves fora, no final das contas Livro dos Segredos acaba por ser um ótimo divertimento para um final de semana e, também, um blockbuster natural que ainda vai faturar muito por aí. Lembra de pegar pipoca e refrigerante, afinal, onde já se viu filme pipoca sem pipoca? Aproveita, porque acompanha bem.
A Lenda do Tesouro Perdido: Livro dos Segredos (2007)
Jon Turteltaub











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